O substantivo poupança deriva do verbo poupar que significa despender com parcimônia, ou seja, gastar menos que ganha guardando o restante (obrigado Aurélio). A poupança no Brasil é tão antiga quanto a caixa econômica federal (século XIX). A CAIXA surgiu para guardar o dinheiro poupado principalmente por brasileiros menos favorecidos. Em 1861 sob o poder do então Imperador Dom Pedro II ela foi criada para receber os depósitos dessas classes menos abastadas a juros de 6 % ao ano. Os depósitos eram assegurados pelo Governo Imperial e por isso a poupança era considerada uma aplicação segura.
A poupança historicamente foi utilizada como uma conta que servia para guardar dinheiro para alguma necessidade posterior ou para a aposentadoria de forma segura.
Com as mudanças da estrutura social ocorridas no século XIX ela passou a receber depósitos de escravos - sob a autorização de seus senhores. Os depósitos eram feitos pelos escravos que podiam obter algum tipo de salário com suas atividades. Eles controlavam as aplicações ou retiradas em uma caderneta fornecida pela CAIXA (caderneta de poupança).
Com o passar do tempo a poupança sofreu algumas alterações como: a possibilidade da mulher abrir sua própria caderneta e a criação de um conselho para controlar os depósitos e os juros. As alterações mais importantes ocorreram no período do governo republicano. Em 1964, com a Lei nº 4.380, de 21 de agosto, foi estabelecido que além dos juros de 6 % ao ano (0,5 % ao mês) o poupador receberia também uma correção monetária.
Atualmente a poupança é remunerada com base na taxa básica financeira (TBF), obtida pela média de rendimento de Certificados de Depósitos Bancários (CDB) dos maiores bancos, sendo esta média reduzida entorno de 65 %. Ou seja, a correção monetária é cerca de 65 % do CDB. O cálculo é diário, realizado pelo Banco Central do Brasil, com base nos juros do dia anterior. Essa taxa é denominada Taxa Referencial (TR).
A poupança é um investimento conservador e direcionado a pequenos investidores. Os rendimentos são baixos, mas a aplicação é segura, pois até um valor de R$ 60.000,00 o depositante é assegurado pelo fundo garantidor de crédito (FGC). Embora seja uma aplicação desdenhada por grandes investidores, atualmente tem crescido o número de poupanças com grandes quantias de dinheiro. De acordo com o FGC do Banco Central o número de poupanças com mais de R$ 1 milhão dobrou nos últimos três anos. Estas poupanças representam 0,005 % do total de contas mas 7 % do valor depositado.
São R$ 340 bilhões depositados na poupança. Dinheiro proveniente de pequenas poupanças, que tem o mesmo sentido das primeiras criadas na história da aplicação e de poupanças grandes que permitem aos investidores diversificar reduzindo o risco.
A poupança é considerada aplicação de renda fixa, pois apesar de suas taxas serem variáveis e pós fixadas, o investidor recebe os juros após um período pré estabelecido. Não é cobrada uma taxa para sacar o dinheiro antes desse período, geralmente um mês, mas se for sacado o investidor ficará sem os juros do período.
O dinheiro aplicado na poupança compõe o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e a poupança rural. No SBPE o dinheiro é utilizado principalmente para financiamento imobiliário. A poupança rural financia o desenvolvimento rural. No SPBE é obrigatória a utilização de pelo menos 65 % para crédito imobiliário. Os outros 35 % podem financiar outras atividades ou também imóveis. Os 65% destinados a habitação vão para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Todos esses sistemas são componentes do Sistema Financeiro Nacional (SFN) parte do Banco Central do Brasil (BC).
Para quem deseja ter maiores retornos é importante tentar fugir da poupança. Por outro lado, para quem deseja manter o valor de seu dinheiro, a poupança é uma boa opção por estar associada à inflação.
Para saber mais sobre a história da poupança:
Para mais informações sobre o SBPE:
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