sexta-feira, 25 de maio de 2012

Desacerto - Código Florestal



Nesses dias muito se fala sobre o “novo código florestal”. Artistas, repórteres e etc se mobilizam e sem cachê (baita serviço social), ficam ao lado de ambientalistas sem fundamento no discurso: “Veta Dilma!”.


Eu como engenheiro agrônomo já ouvi falar que o tema não era apropriado para nossa classe discutir. Perguntei se não era adequado à nossa classe quem discutiria? O tema é adequado a qualquer cidadão do Brasil, trabalhando ele com a agricultura ou não. Se você vive nesse planeta, então você tem relação com o meio ambiente. Ele não é só floresta, muito menos só a parte da Terra em que os agricultores estão. Não quero aqui defender quem desmata ilegalmente. Pelo contrário! O caso é que a criminalização do agricultor brasileiro honesto pela sociedade também brasileira está sendo muito grande e generalizada. Os ambientalistas de plantão têm culpado o Agronegócio, que há muito tempo e sem apoio algum do governo sustenta este país com 25% do PIB.
A verdade seja dita, anistia a criminosos que derrubaram a mata ilegalmente não deve existir. Ao mesmo tempo, também não, a criminalização de agricultores que dão ou deram a vida, literalmente, para o crescimento deste país. Produzindo com respeito a legislação contemporânea deles.
Desde quando nasci convivo com agricultores e nunca vi um só querendo exterminar algum ser deste nosso meio ambiente. Embora a agricultura tenha cometido alguns erros, eles o foram por falta de conhecimento dos agricultores e das próprias autoridades da época (veja o caso do cultivo convencional/direto). Pelo contrário sempre aprendi e ainda aprendo com eles como conservar a vida, principalmente em encostas de rios e em nascentes, e alguns deles me ensinaram isso mesmo sem saber o significado de área de preservação permanente (APP). Os agricultores sabem que eles precisam do verde para manter seus negócios.
Conforme tem sido tratado por grupos como o suspeito Greenpeace, o principal problema para o meio ambiente são os grandes produtores. Não interessa se grandes, médios ou pequenos, lei é lei. O poder judiciário é de quem se espera a avaliação da culpa ou não do réu. Agora para sentar no banco do réu deve ser indiciado. Os agricultores estão sentados como réus sem ser e sendo julgados por mobilizadores psicologicamente juvenis de carreira. Acabou o assunto perde o emprego.
Os ambientalistas são muito importantes para a discussão do código, assim como todos nós. A discussão é sempre a melhor forma de se construir algo para o futuro. Quanto maior a diversidade de idéias melhor, assim o produto final fica um pouco mais apropriado, mas nunca finalizado. O problema é que a discussão tem que ser pautada no racional e não no emocional. Os produtores rurais são sempre atacados, discriminados e marginalizados. Isso se repete historicamente. Talvez o motivo seja a inveja que eles causam nas outras classes, por conseguirem crescer pelo trabalho, mesmo sem a mão do estado (com algumas exceções, assim como tudo).
Estou nos EUA para 1 ano de estudos com o pessoal aqui do USDA. Hoje à tarde recebi um e-mail praticamente ordenando que todos ao saírem do banheiro (de uso comunitário) apagassem as luzes. Se você esquece o computador com o monitor ligado ou a luz de seu escritório ao ficar por um período mais longo fora (30 min.), fica com um sentimento enorme de culpa e vergonha. Isto acontece porque você sabe da cobrança que existe no sentido de economizar energia. Porque isso raramente ocorre no Brasil? Boa pergunta. Alguém viu alguma mobilização do tipo “Educação em Pauta!” para melhorar salários dos professores, contratar mais ou mesmo treinar-los em educação ambiental e incentivar no nível básico a economia de recursos naturais? As iniciativas que existem são de escolas, faculdades, universidades e professores guerreiros, que assim como os produtores rurais tiram dinheiro do próprio bolso para criar alguma atividade de incentivo a preservação ambiental.
Quando a maioria joga pedra é fácil jogar junto. Por favor, não siga a manada. Seja você ambientalista, ruralista, humanista ou blábláblá, lembre-se estamos do mesmo lado. Vamos discutir ao invés de acusar, procurar alternativas que darão mais resultado do que 5% a mais ou a menos na reserva legal. Comece hoje mesmo. A educação é o melhor caminho, então procure ler. Comece pelos códigos florestais (o aprovado e o antigo). Vamos discutir. Deixe seu depoimento. Ainda é tempo.

4 comentários:

  1. O "agricultor honesto" que não cumpre a lei desde 1986... boa essa hein! aeauehauehuaheuh É engraçado como só agora que o circo fechou, é que os agricultores honestos se juntaram pra se defender.

    Aliás, o código florestal foi feito para dar as diretrizes da preservação da biodiversidade. Agora me conte o que um engenheiro agrônomo entende de preservação da biodiversidade? auheauehauheuaeh Acho que aquela tua pergunta sobre a classe pode ser respondida facilmente.

    A propósito, nada pode compensar 5% a mais ou a menos de reserva legal. Não há outra alternativa para preservar patrimônio genético, a não ser mantendo ele na sua forma original. Não é economizando energia que vamos preservar a biodiversidade.

    Eu acho que o código florestal não deve ser discutido nem por ruralista nem por ambientalista, e MUITO MENOS por político. Tem que ser feito e discutido por cientistas, que são os únicos nessa história que realmente sabem o que estão falando.

    ResponderExcluir
  2. Anônimo, obrigado por sua participação. Exatamente disso que trata o texto. Discussões sem fundamento, que ao invés de democratizar acabam por minar a elaboração de um Código Florestal mais sólido. Procure conhecer mais sobre os agricultores e sobre os Engenheiros Agrônomos. Para saber mais sobre as atribuições de um Engenheiro Agrônomo você pode ler o decreto do Confea Nº 23.196 de 12 Outubro 1933. Principalmente o Art. 6° e a alínea i - reflorestamento, conservação, defesa, exploração e industrialização de matas. Pode encontrar neste link: (http://normativos.confea.org.br/ementas/visualiza.asp?idEmenta=2&idTiposEmentas=2&Numero=23196&AnoIni=&AnoFim=&PalavraChave=&buscarem=conteudo).

    A questão dos 5% colocada no texto é para enfatizar que maior diferença pode ser feita educando crianças e jovens. Por último, gostaria de recomendar cuidado ao delegar responsabilidade tão importante somente a cientistas. Em ciência existem probabilidades e erros e cientistas também podem errar. O que você entende como “cientista”? Aliás, existem vários Engenheiros Agrônomos que estudam biodiversidade.

    Comece a fazer diferença mudando seu foco de discussão, tente argumentar e não acusar. Abraço.

    ResponderExcluir
  3. Acho que esse Anônimo não entende nada de Engenheiros Agrônomos,
    insinuando que a classe não entende nada de preservação da biodiversidade kkkk, e demais isso, o quanto que nós aprendemos sobre esse assunto na graduação e que constantemente é pauta de varias disciplinas.

    Creio que a indagação do Anônimo foi pobre e sem propriedade de conhecimento.

    ResponderExcluir

Se você não tem conta do google e quer comentar basta selecionar a opção Nome/URL ou Anônimo. Obrigado pelo seu comentário! É a sua participação que incentiva a continuação desse trabalho.