terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Retenção de fósforo em diferentes condições

Neste e nos próximos posts, sobre solos, irei publicar sobre fósforo. Farei isso para manter os textos organizados. Isso também acontecerá para os outros temas. No último post sobre o tema vimos porque utilizamos tanto fertilizante fosfatado. Nesse veremos como a retenção desse elemento ocorre em diferentes condições. Então vamos lá:

A retenção do fósforo, dependendo do pH do solo, pode ocorrer devido à adsorção/precipitação do elemento no solo com íons de ferro, alumínio e cálcio. Cada um destes elementos tem maior ou menor facilidade de realizar esse fenômeno. Nos solos tropicais, geralmente ácidos, de modo geral, a maior retenção do elemento, está associada à sua retenção por oxi-hidróxidos de ferro e alumínio, minerais componentes dos solos. Em solos que apresentam pH mais altos a adsorção é maior pode ser realizada pelo cálcio.

Solos argilosos, vermelhos e amarelos, pobres em matéria orgânica, que foram formados em condições de alto intemperismo e a partir de materiais de origem que permitiram o acúmulo de ferro e alumínio são os que mais retêm fósforo.

Existem diversas formas para se avaliar a interação do fósforo com os solos e que podem auxiliar profissionais da agricultura a elaborar recomendações de modo de aplicação e dose de fertilizantes mais apropriados para cada caso. O melhor parâmetro utilizado na atualidade é a capacidade máxima de adsorção (retenção) de fósforo (CMAP), entretanto, os laboratórios de análise de solo convencionais não a determinam. Com isso, surge a necessidade de se estudar outras metodologias de análise do solo, que possam ser utilizados para se estimar a CMAP e que são de fácil determinação.

Pesquisadores constatam que a textura é um dos atributos que podem ser utilizados nessa estimativa, quanto maior o teor de argila maior a capacidade que o solo tem em adsorver o fósforo (Figura 1). Isso acontece por que a fração argila é a menor fração do solo e por isso apresenta maior superfície de contato; em ordem crescente de tamanho estão as frações argila, silte e areia.

Figura 1. Relação entre o teor de argila e a capacidade máxima de adsorção de fósforo (CMAP).

Por outro lado, sabe-se que a qualidade da fração argila pode ser mais importante do que a quantidade de argila presente. Uma fração argila rica em goethita, gibbsita e minerais 2:1 com hidroxi-alumínio na entrecamada tendem a reter mais fósforo do que outra composta por hematita, caulinita e maghemita. Por isso, os teores de ferro e alumínio extraídos por diversos extratores também se correlacionam positivamente com a CMAP, quanto maior o teor desses elementos maior a CMAP.

Um parâmetro muito utilizado na estimativa da CMAP é o fósforo remanescente, que consiste na concentração da solução sobrenadante final que esteve em contato com o solo por 4 horas e que continha inicialmente uma concentração de 60 mg de fósforo por litro, geralmente. Então quanto maior o fósforo remanescente menor a CMAP. Por isso, a CMAP correlaciona-se negativamente com o P-rem. O P-rem é de fácil obtenção comparando com a CMAP.

O manejo do solo e da fertilização das culturas pode afetar a disponibilidade do fósforo para as culturas. As plantas se comportam de maneira diferente em ambientes distintos. A eficiência da utilização de fósforo pelas plantas será discutida em outro post.

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