Em 2010 o Brasil apresentou uma demanda interna de mais de 2,83 milhões de toneladas de fertilizante fosfatado (ANDA). Aproximadamente metade desse fertilizante é produto interno (Figura 1). Outra metade é importada de países como Rússia (20%), Marrocos (19%), China (14%) e EUA (9%).
Dentre os nutrientes absorvidos em maior quantidade, macronutrientes, o fósforo é o requerido em menores quantidades; entretanto, é um dos utilizados em maior quantidade nas adubações. Isso ocorre porque em solos formados sob clima tropical e subtropical as plantas podem não conseguir aproveitar mais do que 10% do fósforo aplicado. Este fato está relacionado à grande capacidade que eles têm de retenção do elemento. A planta utiliza pouco, mas os solos retêm muito, então, para a manutenção de uma elevada produção têm-se uma grande adubação.
Figura 1. Produção de fertilizantes fosfatados na Fosfértil – maior produtora nacional desses fertilizantes (atualmente a maior acionista da empresa é a Vale fertilizantes S/A tendo completado a compra pela aquisição da parte da The Mosaic Company na empresa em 2010). (Fonte: Exame)
O processo de retenção do fósforo nos solos é rápido e mais de 90% dele ocorre em menos de 24 horas de contato entre o elemento e o solo. O processo completo pode, no entanto, durar semanas e mesmo meses. O problema é o tempo em que o fósforo fica em contato com o solo antes de ser utilizado, quanto maior o tempo pior, podendo ele ser indisponibilizado irreversivelmente. Nessas condições, os teores de fósforo em solução são muito baixos em relação à quantidade de fósforo presente no solo. Os solos em questão apresentam, então, uma elevada capacidade tampão.
Existem diversos fatores do solo, da planta e do ambiente que podem influenciar na disponibilidade e na eficiência da utilização de fósforo pelas culturas. Esses fatores devem ser levados em consideração na tomada de decisão sobre o manejo da adubação fosfatada e poderão ser discutidos em outros textos.
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ResponderExcluirHingrid,
ResponderExcluirO brasil apresenta cerca de 2,4 bilhões de toneladas de rochas fosfáticas economicamente exploráveis. Embora apresente grande reserva a limitação está na produção de ácido sulfúrico, que é utilizado na produção de fertilizantes fosfatados solúveis. Por outro lado, não é totalmente interessante para o país ser autosuficiente, pois reserva mineral é poder, já que o fim desta reserva é programado para menos de 100 anos, mundialmente. O brasil apresenta 2,4% das rochas fosfáticas mundiais. Tratarei do tema em um artigo mais a frente. Obrigado pela participação e sugestão.
Abraço, Cesar